sábado, 12 de junho de 2010

Entre a solidariedade e a indiferença.

Segundo a teoria do Big Bang, os corpos têm a tendência natural de se afastarem e o tempo foi um verdadeiro agente auxiliador de tal processo. Essa teoria, ironicamente, pode ser aplicada aos seres humanos, que no principio viviam unidos, sob o sentimento comunal. Mas, hoje vivem separados e indiferentes dos demais.


O Brasil de uma maneira especial é o retrato perfeito desse processo de individualização das pessoas. Pois, apesar de ser uma país extremamente rico é, paradoxalmente, campeão nos índices de injustiça social.


Enquanto algo não nos toca, nem nos atinge, ficamos despreocupados com as desgraças do nosso próximo, do nosso irmão. Temos uma atitude totalmente passiva, diante das crianças que cortam cana, dos meninos e meninas no submundo das drogas, dos idosos escorraçados pela falta de oportunidades e das infâncias perdidas nos motéis, na prostituição. O nosso broquel banhado pela imparcialidade nos “protege” dentro de nós mesmos. As nossas máscaras convencionais mostram os nossos falsos atos, aqueles que não somos, mas aqueles que as condições nos fazem sermos.


Todos nós nascemos bons, disse Rosseau, mas a vida faz o papel de nos embrutecer, nos torna secos de sentimentos. Compaixão, essa é a égide que deveríamos assumir, Colocar-nos no lugar do outro, sentir as dores daqueles que não conhecemos e fazer algo por alguém desvencilhado de interesses, esta é a verdadeira postura solidária, postura de um verdadeiro cidadão.

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